No dia 10 de julho de 2009 transcorreu o 5º centenário do nascimento
do reformador João Calvino. Os reformados ao redor do mundo promoveram
um grande número de eventos especiais para comemorar a data. Na
Europa e nos Estados Unidos foram realizadas diversas conferências e
exposições históricas. Alguns países lançaram selos postais alusivos ao
acontecimento. No Brasil, as principais denominações presbiterianas também
se manifestaram. A Igreja Presbiteriana Independente está desenvolvendo
extensa programação ao longo do ano. A Universidade Presbiteriana
Mackenzie promoveu um encontro referente ao tema com a participação de
John Hesselink, uma das maiores autoridades mundiais sobre o personagem.
Uma coletânea de cartas de Calvino foi lançada pela Editora Cultura
Cristã. A Assembleia Legislativa de São Paulo o homenageou em sessão
solene. Essas comemorações coincidiram com outra data significativa para
os calvinistas brasileiros: os 150 anos da chegada do primeiro missionário
presbiteriano, Ashbel Green Simonton.
No entanto, fora dos círculos reformados o acontecimento passou
quase despercebido. Os jornais seculares publicaram breves reportagens
ou artigos, em geral bastante parciais (PIERUCCI, 12/07/2009, p. 4-5). A
realidade é que, no que diz respeito ao público mais amplo, Calvino permanece
à sombra de seu colega mais velho e mais conhecido – Martinho
Lutero. Mas esse não é o único problema associado ao reformador de Genebra.
Quando as pessoas sabem alguma coisa sobre ele, muitas vezes
esse conhecimento é marcado por uma série de lacunas, incompreensões
e caricaturas sobre sua pessoa e sua obra. Desse modo, surge a situação
bastante paradoxal de que uma das figuras exponenciais de Reforma Protestante
do século 16 é ao mesmo tempo uma das menos conhecidas e
mais controvertidas.
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